sábado, 1 de agosto de 2009

AURELIANO CHAVES E OS ABREU SALGADO

João Amílcar Salgado

Antônio Aureliano Chaves de Mendonça nasceu em 1929, portanto tinha cinco anos de idade, quando houve a histórica agressão física a João de Abreu Salgado, contra a qual seu tio Aristides Vieira de Mendonça nada fez. Mais tarde, Aureliano foi aluno de Abreu Salgado, a quem muito prezava, pela influência em sua formação ética. O ex-aluno Toninho, que viria a ser parlamentar, governador e vice-presidente da República, concedeu post-mortem, quando ocupante do Palácio da Liberdade, a Medalha da Inconfidência ao professor João de Abreu, pela vida totalmente dedicada à educação de muitas gerações de todas as camadas sociais. A medalha também premiou João de Abreu Salgado como o primeiro biógrafo do venerável Padre Vítor, com o livro MAGNUS SACERDOS (1946).

O parentesco dos Salgado com os Vieira Chaves de Mendonça ocorre tanto pelo lado dos Ferreira de Brito como pelo lado dos Silva Campos. José Vieira de Mendonça, pai do Aureliano, e João de Abreu Salgado, além de parentes, eram professores de português e latim em Três Pontas, daí resultando certa rivalidade, que, mais de uma vez, resultou em polêmica gramatical. Essa polaridade vernácula refletia também o posicionamento político de ambos, pois Zé Vieira era militante integralista, enquanto João de Abreu era democrata convicto. Curiosamente, a residência de Vieira era freqüentada por Plínio Salgado, enquanto o outro Salgado, João de Abreu, lhes era adverso. Com o fim da ditadura Vargas, voltaram a convergir: Aureliano Chaves, filho de José Vieira, se tornou líder udenista de Três Pontas e João Salgado Filho, filho de Abreu Salgado, se tornou líder udenista da cidade vizinha de Nepomuceno.

O episódio da agressão a João de Abreu Salgado está vivamente relatado no livro da filha Ruth de Abreu Salgado, intitulado MINHA HISTÓRIA, NOSSAS VIDAS (2007). Já um dos pontos altos da biografia de Aureliano Chaves, pouco conhecido, se situa na área da educação e da saúde. Trata-se de seu apoio decisivo ao secretário de saúde Dario Faria Tavares, na implementação do INTERNATO RURAL do curso de medicina da UFMG – conforme está relatado no texto OS 30 ANOS DO INTERNATO RURAL (2008).