ANTÔNIO GUILHERME E JOSÉ GUILHERME VILELA – DOIS COLEGAS GUILHERMES QUE ARREBATARAM MINHA ORATÓRIA
João Amílcar Salgado
Tenho sido orador em diferentes ocasiões, inclusive em minhas formaturas, exceto em duas e nestas oraram em meu lugar colegas de nome Guilherme. Deixei de discursar pelas circunstancias que narro a seguir.
O primeiro caso foi a formatura no ginásio, em Nepomuceno, que se deu logo após o falecimento de meu pai, perda da qual eu ainda não me recuperara. Então o orador foi o Antônio Guilherme que era negro e inteligentíssimo. Naquela época, em 1951, os professores e alunos do Ginásio Municipal e também os nepomucenenses em geral aplaudiram o acontecimento como demonstração de ausência de preconceito racial. E eu, nos meus 14 anos, acabei tendo a desconfortável impressão de que estava sendo colocado no lado preconceituoso, pois, caso eu fosse o orador, tal demonstração não seria possível.
O segundo caso foi a formatura no científico,
Em 2004 nossa turma do Estadual completou 50 anos de formada e fizemos um agradável almoço ao qual compareceram quatro professores da época: Beatriz Alvarenga, Wagner Brandão, Aluizio Pimenta e José Elias Murad. Infelizmente o orador e então magistrado José Guilherme Vilela não pôde, à última hora, vir de Brasília.
Neste momento, lembro estes fatos saudosos dos anos dourados, como homenagem a este nosso querido orador, assassinado há pouco em pavoroso latrocínio.
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